Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 08/NOV/1985
Marcio Ehrlich e Marcia Brito

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Concorrência do IBGE tem oito participantes

Almap, Brasil América, Denison, DPZ, Salles, SGB, MPM e Norton. Estas foram as oito agências que apresentaram documentos e foram classificadas para a concorrência dos 20 bilhões de cruzeiros de verba do IBGE, referente à promoção dos próximos recenseamentos.
A entrega dos documentos foi efetuada na última quarta-feira, em encontro que contou com a presença do alto escalão carioca de todas as agências participantes, além da comissão de licitação do IBGE. Poucas foram as anormalidades da reunião. Entre elas, o problema ocorrido com a CBBA/Propeg, cujo presidente, Jomar Pereira da Silva, se apresentou à comissão informando que, por erro de um funcionário da agência, a caução exigida não havia sido paga dentro do prazo previsto pelo edital. Jomar, que havia levado toda a documentação da CBBA/Propeg, propôs-se a efetuar o pagamento da caução naquele momento, mas a comissão decidiu não aceitar e eliminou a agência da concorrência.
Neil Hamilton, representante da Almap, também se assustou, no início da reunião, quando não ouviu da comissão o nome da agência entre as que não haviam pago a caução. Neil, no entanto, apresentou a cópia do recibo que estava anexa à documentação da Almap e pôde continuar na disputa. Outra que precisou ser socorrida foi a Brasil América. A agência não apresentou o CRJF ­ Certificado de Regularidade Jurídica e Fiscal, preferindo apresentar os documentos aos quais o CRJF substitui. Um dos fiscais da comissão, porém, fez notar que, entre os relacionados no edital, estaria faltando o de quitação fiscal junto ao Estado. Por sorte da agência, Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, que lá estava representando a Salles/lnter­Americana, identificou-se como presidente do Sindicato das Agências do Município do Rio de Janeiro e informou à comissão que as agências de publicidade não são obrigadas a pagar impostos estaduais e, por isso, estariam dispensadas de comprovar aquela quitação. A informação foi colocada em ata e a Brasil América continuou no páreo.
Ainda esta semana e durante a próxima, a comissão de licitação vai analisar as propostas apresentadas para a promoção do censo agropecuário de 1986, cuja veiculação deverá iniciar-se ainda em janeiro, quando se conhecerá publicamente a estratégia da vencedora. De qualquer maneira, é praticamente certo que, em todas as propostas, as sugestões tenham se concentrado nas principais dificuldades que claramente o censo agropecuário enfrentará. Diferentemente do censo populacional, no qual os recenseadores enfrentam a insegurança da população urbana, temerosa de assaltos, o que dificulta o seu acesso ao interior das residências para a tomada de informações, o censo agropecuário enfrenta a desconfiança do empresário rural quanto aos destinos que serão dados, dentro dos órgãos federais, às informações que ele prestar. No momento em que o país se vê às voltas com notícias de aumento do apetite do leão do Imposto de Renda, propostas do próprio Governo de realizar uma reforma agrária e invasões de terras em diversos pontos do território nacional, realmente será um grande desafio encontrar um argumento capaz de sensibilizar o proprietário rural brasileiro a receber bem e prestar as informações corretas ao contingente de recenseadores que sairá em campo a partir do ano que vem.
Quem conseguir merecerá os polpudos honorários da conta.

Já definido o acordo salarial dos publicitários

Até a próxima quarta-feira, 13 de novembro, estará assinado o acordo entre o Sindicato de Agências e o Sindicato dos Publicitários do Município do Rio de Janeiro, com vistas ao dissídio de novembro da classe publicitária. Com isto, na semana seguinte, o TRT já poderá homologar o acordo, um dos que mais conquistas trouxe para os profissionais cariocas do setor.
Segundo a decisão dos Sindicatos - apoiados pelas respectivas assembleias de associados -, o publicitário carioca receberá de reajuste salarial 100% do INPC de setembro (70,25%) mais uma percentagem de Aumento Real de 5% para os profissionais que ganharem até 10 salários mínimos (Cr$ 6 milhões), 3% para os que estiverem entre 10 e 15 salários mínimos (Cr$ 9 milhões) e 1% para quem ganhar acima de 15 salários.
Outra decisão importante foi a de as agências concederem antecipações salariais de 25% em fevereiro e agosto para quem estiver ganhando até 20 salários mínimos (Cr$ 12 milhões), o que, de certa forma, se caracteriza como uma concessão de trimestralidade. O tema "hora extra" também teve a sua decisão: a partir de agora, será paga tendo como valor mais 50% sobre a hora normal, além de compensações de transporte e alimentação.
Segundo Paulo Roberto Lavrille, presidente do Sindicato de Agências, dificilmente haverá retrocesso nas negociações. O entendimento entre os sindicatos está correndo muito bem, e ambos constituíram uma comissão intersindical para estudar os fatores de insalubridade e periculosidade nas diversas atividades publicitárias, para definir se há ou não validade da criação de adicionais salariais para os profissionais afetados.

DPZ vai operar com Piedade

José Carlos Piedade, DPZ
José Carlos Piedade, diretor de operações da DPZ-Rio

A DPZ-Rio acaba de criar uma Diretoria de Operações, já entregue ao publicitário paulista José Carlos Piedade, um dos membros do board nacional de diretores da agência e que, nos últimos anos vinha atuando como diretor de atendimento da DPZ de São Paulo. Segundo Juan Vicente, gerente da DPZ-Rio, a vinda de Piedade para atuar como seu braço direito na operação carioca da agência, é uma comprovação da importância com que a diretoria da DPZ vê o seu escritório carioca.
Na DPZ-Rio, aliás, há outra modificação. Com a saída, na última semana, de Carlos Campana do atendimento da agência, foi contratado Roberto Abramson, ex-diretor de marketing da Pepsi, como novo diretor de grupo de contas, cuidando de Ceras Johnson e Mondaine.

Gang acaba e vira Scali, McCabe, Sloves

Scali, McCabe, Sloves é o novo nome da Gang Publicidade e Promoções, agência fundada pelo já falecido Lívio Rangan e que, em abril de 1984, foi adquirida pela Standard, Ogilvy & Mather para ser a segunda agência do grupo Ogilvy no Brasil.
A mudança de nome é a evolução natural do negócio, já que a Scali, McCabe, Sloves já vinha funcionando como segunda agência da Ogilvy nos Estados Unidos. No entanto, no Brasil, a alteração gera uma curiosa situação em relação às contas bancárias da Standard e da Gang. Acontece que, há poucos meses, a Standard conquistou a conta do Chase Manhattan, conta que nos Estados Unidos é atendida pela Scali, McCabe, Sloves. Como o cliente é do Rio, não queria ser atendido por ponte aérea e a Gang é praticamente inoperante neste mercado, a conta ficou no grupo Ogilvy, mas na Standard, apesar de ela ter o Comind em São Paulo. A isto ainda se somava o fato de a Gang ter conquistado, em São Paulo, o Banco Crefisul, isto é aparentemente tão conflitante com o Chase quanto o Comind.
Agora, com a oficialização da transformação da Gang em SMS, o Chase fica nitidamente sem unidade de atendimento internacional, prática que costuma ser buscada pelas empresas multinacionais. Como a informação nos chegou na hora do fechamento e não pudemos estar no lançamento da Scali, McCabe, Sloves quarta-feira última, em São Paulo, deixamos aqui as questões: A agência vai se estruturar no Rio? Ela pretende atender ao Chase? Como é que fica o Crefisul?
Semana que vem, garantimos publicar aqui as respostas.

CURTAS

• DPZ, Denison, J. W. Thompson, MPM e Salles são as agências que estão participando da concorrência pela conta do shopping center Rio Sul. A McCann, cujo nome havia sido ventilado no mercado como participante da disputa, foi dispensada pelo Rio Sul com a alegação de que não teria experiência recente com varejo. A Provarejo, nome também levantado, é outra que saiu do grupo de licitantes, pois a diretoria da associação de lojistas considerou conflitante o atendimento à conta da Mesbla.
• Já estão fechadas as cotas de patrocínio, na Rede Globo, para as transmissões da Copa do Mundo, em 1986. As quatro empresas participantes são Brahma, Dorsay, Caixa Econômica Federal e Souza Cruz. Pelo que soubemos, as três primeiras fecharam negócio com a emissora diretamente. Só a Souza Cruz se dispôs a participar do patrocínio tendo uma agência como intermediadora. No caso, a DPZ.
• Quem também comemora cliente novo é a Propaganda Professa. A conta das Lojas Leader, tradicional grupo de lojas do Estado do Rio (de Niterói para dentro) agora está lá.
• A Assessor tem um novo supervisor de conta para o Bradesco. Trata-se de Hélio Morgado, que vem da VS Escala.
• Márcia Capella assumiu a chefia do departamento de relações públicas da MPM-Rio no lugar de Roney Turano, que foi exercer as mesmas funções na SGB.
• E quem voltou para a SGB foi o redator Toni Lourenço, após brilhante passagem pela JMM.
• A ABCI acaba de criar uma nova divisão no seu esquema operacional: a Diclassi, que, sob a direção de Henrique Tarcitano, se encarregará de anúncios classificados.
• A MPM Rio está lançando no mercado o super Corega, agora com sabor menta e maior poder de fixação.
• Está muito interessante a edição de outubro da revista Construção Civil que, em comemoração ao cinquentenário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro, preparou um encarte especial com o tema "50 anos de Rio". Um belo trabalho da divisão de jornalismo.
• Lício Araújo, Diretor da CEBECÊ está comunicando a instalação de sua nova empresa, a MC&C - Mônada Consultoria e Comunicação.
• Correspondências para a coluna: Praia de Botafogo, 340 grupo 210. Rio de Janeiro. Te!.: 266-3131.