Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 02/SET/1983
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Glaxo lança produto ético com grande esforço promocional

O mercado farmacêutico brasileiro deve presenciar, a partir deste domingo, provavelmente o maior investimento publicitário e promocional já realizado no País no setor ético, ou seja, de medicamentos cuja propaganda só pode ser dirigida especificamente para a classe médica.
A iniciativa é do Laboratório Glaxo, que está trazendo ao Brasil seu produto Antak, um antiulceroso que se tornou o maior sucesso internacional da empresa, a ponto de a Glaxo prever que, este ano, nos 60 países em que é fabricado ou distribuído, o Antak consiga vender nada menos que 400 milhões de dólares.
De acordo com Wesley Dornellas, diretor de marketing da Glaxo do Brasil, para o lançamento do Antak o laboratório vai organizar, de domingo até 4ª feira próxima, uma de suas maiores convenções de treinamento e vendas, envolvendo cerca de 160 propagandistas da Glaxo vindos de todos os Estados brasileiros, num esforço que incluirá fechar o morro do Pão de Açúcar no próximo dia 7 de setembro para acesso exclusivo da equipe da empresa, no horário do encerramento da convenção.
- A faixa de investimento nos 9 primeiros meses - diz Dornellas - está na ordem de 1 bilhão de cruzeiros, assim envolvido despesas de propaganda e promoção, e também todas as despesas de nossa mídia principal, o veículo que no nosso ramo é o mais importante: o propagandista, que leva pessoalmente, a viva voz, a mensagem para os médicos dando esclarecimentos sobre o produto, bibliografia e todo aquele material promocional.
Segundo o diretor de marketing da Glaxo, o potencial do mercado brasileiro é grande para um produto antiulceroso, a exemplo da Itália onde Antak já tem 75 por cento do mercado, ou mesmo dos Estados Unidos, onde a participação do produto já chega a 20 por cento das vendas totais de antiulcerosos. Ele explica:
- Com essa crise de mercado, falta de dinheiro, moratória, desemprego, aumenta muito, evidentemente, o stress, fazendo o mercado crescer em todo o mundo. A dimensão do mercado brasileiro, que pode ser considerado bom, já é da ordem de mais de 20 milhões de dólares anuais, correspondente a um consumo de 2,5 milhões de pessoas, que hoje têm poder aquisitivo ou formação social para ser atingidos por produtos farmacêuticos éticos.
Atualmente, no Brasil, o mercado de antiulcerosos é dominado pelo Laboratório Smith Kline, cujo produto Tagamet detém cerca de 41 por cento do volume de vendas, ficando os 59 por cento restantes pulverizados entre diversas outras marcas. As metas da Glaxo, no entanto, em relação ao produto, são claras e otimistas. Para Dornelles, a Glaxo deve conseguir, logo no primeiro ano do lançamento, uma parcela de 30% do mercado, através de distribuição nas 12 mil farmácias mais representativas das 20 mil registradas em todo o país.
A despeito de produto farmacêutico ético, no Brasil, só ser anunciado em publicações específicas para a classe médica, a Glaxo está estudando uma maneira de levar ao conhecimento do público de forma mais ampla, a existência do Antak no Brasil. A estratégia, diz ele, se baseia na tendência do marketing do setor em todo o mundo. Em países nos quais a venda de produtos farmacêuticos é controlada, mas a propaganda não, o paciente fica sabendo que medicamentos estão à sua disposição no mercado inclusive com os comparativos de preços de produtos fabricados com a mesma composição química. Isto leva, nos informou Dornellas, a que hoje cada vez mais também o paciente exerça sobre o médico uma pressão de compra, levando o produto a alcançar uma participação maior e mais rápida no mercado.

Grupo CB lidera vendas de supermercados no Rio

O Rio de Janeiro participa com 13 empresas entre as cinquenta maiores do país no ramo de supermercados, segundo o último levantamento da Associação Brasileira dos Supermercados publicada na revista "Super Hiper".
Na análise do desempenho das empresas que tiveram um faturamento superior a Cr$ 500 milhões em 1982, nota-se que o Rio de Janeiro tem uma participação efetiva no setor: o Grupo Casas da Banha coloca-se em segundo lugar da listagem, tendo apresentado um faturamento de 184 bilhões de cruzeiros em suas 158 lojas, perdendo apenas para o gigantesco Pão de Açúcar, que faturou Cr$ 384 bilhões em 379 pontos de vendas.
Em 3ª posição no Brasil ficou o Grupo Casas Sendas com um volume de vendas de Cr$ 113,3 bilhões em 51 lojas enquanto o Grupo Disco chegou em 5º lugar de todo o País, com Cr$ 89,5 bilhões de faturamento em 43 lojas.
A relação da ABRAS apresenta também outra curiosidade: um grande número de supermercados no Rio tem posição razoavelmente destacada, mas com pouca participação no mercado publicitário. É o caso de um Cereais Mercado Novo que apesar de ter 23 lojas e Cr$ 6,9 bilhões de faturamento anuncia muito menos que um Mundial, que vendeu Cr$ 5,5 bilhões em suas 8 lojas, alcançando, portanto uma quantia muito maior por ponto de venda.
Aqui estão as outras empresas mais destacadas no ramo supermercadista no Rio: Floresta (23 lojas: Cr$ 12,7 bi), Leão (31 lojas: Cr$ 12.6 bi), Guanabara (27 lojas: Cr$ 12,5 bi), ABC (9 lojas: Cr$ 8,2 bi), Três Poderes (9 lojas: Cr$ 6,2 bi), Eipel (1 loja: Cr$ 5,6 bi), Nova Olinda (15 lojas: Cr$ 4,7 bi) e Zona Sul (4 lojas: Cr$ 4,3 bi).

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• EM VÁRIAS MÍDIAS - A Oliveira Murgel começa a veicular, em outubro, 4 novas campanhas. Uma delas é para um cliente antigo: M. Agostini, que lança, a nível nacional, com veiculação basicamente em revistas, uma nova garrafa térmica Aladim. As outras três são para clientes novos: a Standard Eletrônica, que é a maior fabricante de equipamentos de telefonia e telecomunicação do país; a Coencisa, fabricante de modems para computadores, e a Companhia Excelsior de Seguros, cuja campanha de 40 anos dará lugar agora a uma campanha de vendas dos produtos da seguradora.
• CONTAS NOVAS - A PG&M, mais conhecida como Pablo & Gonçalo, passou a atender as empresas Microsystems (fabricante de regulador de luz Tok-Light), Fermasa (prensas e tesouras industriais), Engeduta (consultoria de sistemas), Ginásio Icaraí (Academia de esportes), e CBP do Brasil (engenharia de sistemas). E agora, ao final de setembro, a agência começa a veicular a nova campanha, em revistas nacionais, da Motortec, fabricante de motores e turbinas.
• PODE ESCREVER - A Compactor, que, aliás, também é conta da PG&M, lança ainda este ano sua nova linha de canetas Fofina, uma hidrográfica de ponta fina que pretende competir no mercado com a Superfina, da Pilot, e a Ultrafine, da Gillette.
• MAIS CONTAS NOVAS - Redinger passou a atender as contas do jornal Última Hora, da rede de lojas de moda feminina Monah (que inclusive tem confecção própria), e da linha Habitat da Tubeline, fábrica de móveis do empresário Arthur Kelson.
• AUSTERIDADE - A nova diretoria do Sindicato das Agências de Publicidade do Rio, cuja presidência, no entanto, continua com Paulo Roberto Lavrille, toma posse oficialmente dia 5 de setembro, sem qualquer solenidade especial. "O momento", nos disse Lavrille, "não está para se dar festas".
• CRIAÇÃO E CULTURA - O Clube de Criação do Rio, já sob a presidência de Alcides Fidalgo, faz reunião dia 12 de setembro, 2ª feira, às 3 horas, na Casa da Marquesa de Santos (Av. Pedro II), para discutir com o vice-governador Darcy Ribeiro, o presidente da Funarj, Hugo Carvana, e outros intelectuais, algumas ações conjuntas em favor das atividades culturais no Rio de Janeiro. A reunião estará aberta a todo o setor publicitário.
• VENDENDO SAÚDE - Uma grande demonstração do poder da propaganda na venda de produtos farmacêuticos, nos conta a Caio Domingues: o Laboratório Merck, que há cerca de 3 anos, quando teve a venda de Cebion liberada, entregou sua publicidade à agência, para anunciá-lo em veículos de massa, acaba de conquistar a liderança do segmento de Vitamina C efervescente, com 51% do mercado, e desbancando o antigo líder Redoxon, fabricado pelo laboratório Roche, que, ao contrário, não tem anunciado para o grande público.
• FLOR EVEN - A Rio Gráfica lança este fim de semana, com campanha criada pela VS Escala, a nova coleção de fascículos Rock ­ A música do Século XX. Segundo Valdir Siqueira, diretor da agência, o comercial de televisão é um dos melhores que a VS já realizou neste seu primeiro ano de existência.
• POSTO DE HONRA - Seis anos de Janela. Mais de 300 semanas procurando qualidade de informação, profissionalismo e, principalmente, honestidade e respeito com a inteligência do leitor.
• PROMOÇÕES - A agência carioca Garden trouxe de volta de Salvador sua ex-redatora Regina Laginestra para agora assumir a Direção de Criação da empresa. Ao mesmo tempo, a agência de Adelmaro Pereira, Flávio Gomes de Mattos e Sérgio Pavan promoveu Selma Athayde a supervisora do Grupo de contas que inclui Concal, Adalma, Léo Foto Som, Ascop/RD, e Revendedores Gradientes.
• A GEORGE SAND - A Suerdick, empresa controlada pela Melita, lança dia 4 próximo sua cigarrilha Arpoador, destinada também ao público feminino, dentro da tese de seu gerente de marketing, Roberto Nardi, de que "a cigarrilha é unissex". Comercializada em 150 mil pontos de vendas, a Arpoador disputará um mercado estimado em 70 milhões de cigarrilhas/ano no Brasil com as marcas Vedette e Saint James, ambas fabricadas pela Souza Cruz.
• PERTO DA LONA - A redução no consumo de pneus de caminhões e ônibus no país já fez a produção cair em cerca de 30 por cento. Ainda assim, o mercado de pneus corre o risco de ficar sem produto, já que o estoque de matéria-prima. (51% de borracha importada) só dá para mais 40 dias. A informação é do presidente das Indústrias do setor, Manoel Garcia Filho. E já houve quem disse que a borracha era nossa...
• OPORTUNIDADES DE EMPREGO - Este domingo, no Jornal de Domingo (TVS, 23:50h), Marcio Ehrlich entrevista Albano Alves Filho, que afirma que ainda são muitas as oportunidades no mercado do Rio de Janeiro para quem queira seguir a carreira de mídia. Albano tem razão. No momento, três grandes agências cariocas ­ Caio, Salles e SGB - procuram diretores de mídia. E estão com dificuldade de encontrar profissionais para contratar, mesmo com os salários na faixa de Cr$ 1,4 milhão.
• VEÍCULO NOVO - O jornalista Cláudio Chagas Freitas, juntamente com Guilherme Fiaes Noronha, lançará dia 14 de setembro um novo jornal no Rio, o semanário "Viu" com 64 páginas, 75 mil exemplares de tiragem e pretendendo ser revista em jornal, apresentando artigos e reportagens nas áreas de cultura e lazer. A representação comercial do "Viu" está com a SIMA.
• CONTATANDO OS CONTATOS - A Associação dos Contatos de Veículos do Rio promove dia 20 de outubro seu tradicional almoço anual comemorativo do Dia dos Contatos. O local será a Churrascaria Roda Vida, e as adesões, que já estão abertas com Adhemar Gonçalves, presidente da Associação, custarão 5 mil cruzeiros.
• TRABALHANDO SÉRIO - Roberto Genistretti Jr. deixou a gerência de mídia da Siboney Publicidade para assumir uma Gerência de Produtos no Departamento de Marketing do SBT, dentro da nova filosofia de trabalho de Ricardo Scalamandré e Luís Roberto Grottera. O Departamento, que também passou a editar um informativo das realizações da SBT, chamado Break, tem agora 19 profissionais, sendo 11 de nível universitário e 4 de pós-graduação, vindo 12 deles de agências de propaganda.
• MAUS COSTUMES - O conceituado redator Nei Leandro de Castro, que deixou a propaganda carioca para se dedicar mais ao jornalismo e à literatura, em Natal-RN, lançou 4ª feira, no Rio, seu novo livro O Dia das Moscas, uma novela de maus costumes, editada pela Codecri. No livro, Nei assina por seu pseudônimo mais conhecido: Neil de Castro.