Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 21/MAR/1980
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Representantes de Veículos criam associação.

Serão lançadas na próxima semana, no Rio de Janeiro, as bases para a fundação de uma associação brasileira dos representantes de veículos publicitários, que pretende reunir todas as empresas que atuem na representação de veículos do país.
A entidade é sonho antigo de inúmeros empresários do setor, e pretende, entre outras coisas, estipular um Código de Ética para determinar uma atuação coesa de seus associados, e enquadrar todos os veículos de comunicação sob um contrato padrão para negociações. Também estaria nos planos dos líderes do movimento atuar no sentido de eliminar o injusto sistema de compra direta de espaços pelas agências, passando por cima dos representantes locais.
Outro problema alegado pelos representantes ouvidos por esta coluna (e que preferiram ainda não se identificar) é a dificuldade que estas empresas têm encontrado no levantamento de suas questões dentro dos Sindicatos de Agências, apesar de anualmente, recolherem suas contribuições sindicais para aqueles órgãos.
Na próxima segunda-feira, os representantes de veículos estarão reunidos para, inclusive, definir a primeira diretoria da associação.

Ausência de prêmios para o Rio de Janeiro está superando os limites da lógica.

Quando foi publicado o resultado do XIII Prêmio Colunistas, os profissionais cariocas se espantaram com o baixo número de premiações conseguidas pelos trabalhos criados no Rio, e pela atual ausência das chamadas agências "típicas" cariocas.
Alguns dias depois, no julgamento do Múltiplo de Criação, em que o Clube de Criação do Rio pretendia premiar a agência local que mais tivesse incentivado e investido no setor criativo, nenhum nome conseguiu a maioria expressiva exigida pelo regulamento, sendo destacadas apenas a Caio, CBBA e MPM, aliás, merecidamente. Na ocasião, os sócios do CCRJ admitiram que 1979 foi um ano muito fraco para a publicidade local, e que, obviamente, as agências não poderiam ter realizado maiores investimentos em seus profissionais de criação, nem ampliado o mercado.
Chega agora o Profissional do Ano 78, da Rede Globo, e, em que pesem as atribulações do julgamento (apontadas semana passada na coluna Asteriscos por Armando Ferrentini), o Rio manteve-se absolutamente ausente na lista dos premiados.
O que está havendo com o mercado do Rio de Janeiro?
Não podemos admitir que seus anunciantes, agências e profissionais tenham, de repente, perdido o talento que vinha dando a este Estado uma posição privilegiada em todos os julgamentos publicitários até um ano atrás.
O que sentimos acontecer no Rio, neste último ano, é um clima (altamente destruidor) de medo. No mercado publicitário, os anunciantes têm medo de investir, as agências têm medo de arriscar e, de acordo com o próprio presidente do CCRJ, Carlos Pedrosa, os profissionais têm tido medo até de arriscar trocar de agência, mesmo quando recebem propostas mais vantajosas.
Por que isso tudo?
Afinal, nem todos alegam sentir o problema. Algumas agências, como a Norton e a CBBA até afirmam estar crescendo, e ampliando seus quadros funcionais.
Temos certeza de que estas agências estão falando a verdade. E assim como Rodrigo Sá Menezes, da Propeg, afirma que o mercado baiano é um "falso brilhante", já que tem um potencial menor do que aparenta, acreditamos que o Rio seja um cofre de fundo falso. Removendo esta imagem vazia que tem sido mostrada, os valores serão revelados.
Está faltando um líder que empurre o ânimo deste Estado para cima, ao contrario do que têm feito nossos governantes, que só levam aos jornais notícias alarmantes sobre uma nossa possível situação.
Ao contrário de incentivar os negócios locais, a prefeitura tenta soluções apenas imediatas, por exemplo, multiplicando os impostos. O ISS das agências, no Rio, duplicou. Muitas delas, por isto, passaram a emitir suas autorizações por São Paulo, ainda que de clientes cariocas.
E preciso urgentemente dar um fim a este espírito derrotista que vem assolando o Rio. Qualquer iniciante do mundo empresarial sabe da importância que um clima de otimismo e confiança tem na expansão dos negócios.
Já está na hora de que associações como a ABAP, ADVB, ABP e ABA, através de suas seções cariocas comecem a pensar em como ajudar na reversão deste processo.
É urgente remover o fundo falso do cofre.

Projetos novos na Câmara.

Mais dois projetos estão tramitando na Câmara Federal, referentes à atividade publicitária.
Um deles, o de nº 2372/79, de autoria do Sr. Júlio Martins, e que já está nas Comissões de Constituição e Justiça, de Comunicação e de Educação e Cultura, faz parte do rol dos demagógicos, além de incentivador da censura na propaganda: em seu texto "proíbe a propaganda comercial nos veículos de comunicação de massa que se utilize de temas ou motivos contrários à moral e aos bons costumes"... Sem maiores comentários.
O outro, de nº 2.378/79, proposto pelo Sr. Christovam Chiaradia, já trata de um assunto mais sério, que é o impedimento da propaganda de remédios e produtos medicinais destinados ao consumo humano. Este tema bem mereceria uma atenção especial da Conar. Qualquer publicitário consciente sabe dos abusos que se cometem nesta área, através de testemunhais de atores conhecidos, mas leigos no assunto, recomendando os produtos indiscriminadamente.
Proibir a propaganda talvez não seja a solução mais recomendada porque, afinal, a fabricação e venda dos medicamentos populares estão liberadas. Pelo menos, porém, a classe deveria cuidar para que ela seja realizada da forma mais ética possível.

IBGE recusa Caio e SGB.

Foram abertas ontem as propostas das agências que estão participando da concorrência do IBGE, para o Censo deste ano. Na mesma reunião o IBGE comunicou que aceitou os recursos apresentados pela Assessor, MPM e Santos & Santos, que haviam sido desqualificadas na fase jurídica, desconsiderando, no entanto, os recursos da Caio Domingues e da SGB, que também haviam sido eliminadas. A Caio declarou acatar a decisão da comissão de licitação, apesar de estranhar o porquê de casos parecidos com o seu terem sido aceitos. A SGB, porém, preferiu deixar claro que não acataria a decisão, apesar de não lhe caber mais nenhum recurso.
O resultado da concorrência será divulgado no dia 10 de abril, e o contrato com a agência vencedora será assinado até o final daquele mês.

Y&R vence em Hollywood.

Uma série de três comerciais da Câmera Colorburst da Kodak venceu o grande prêmio do 20º International Broadcasting Awards, patrocinado pela Hollywood Rádio and Television Society. Os filmes foram criados pela Young & Rubicam, de Nova York, e produzidos pela Steve Horn.
A Young & Rubicam foi a agência mais premiada no festival, com mais outros quatro trabalhos. Dos 12 troféus na categoria televisão, quatro vieram de fora dos Estados Unidos. O Japão recebeu dois, e França e Holanda um cada. O Brasil, apesar de ter se destacado no festival pelo número de finalistas, não chegou a receber prêmios este ano.

Entidades cariocas preparam suas eleições.

CCRJ
Foram prorrogadas para até hoje as inscrições de chapas que concorrerão, na próxima terça-feira, 25 de março, à diretoria do Clube de Criação.
Com a alteração havida nos estatutos do Clube, não mais é necessário que se inscrevam todos os componentes da diretoria. O CCRJ passará a ser coordenado por um colegiado de três membros que, após a eleição nomearão, entre os sócios que se dispuserem a trabalhar, os outros diretores.
Até o fechamento desta coluna, apenas uma chapa havia se apresentado, composta por Hayle Gadelha (MPM), Carlos Martins (Esquire/Oliveira Murgel) e Fernando Gerardó (Lintas).
As eleições serão realizadas das 20 às 22 horas, no terraço do edifício onde funciona o Clube. Na mesma noite, para quem não viu, será exposto o troféu "Múltiplo de Criação", doado pela TV Globo e que, em 1979, agência alguma do Rio ganhou.
Durante a reunião, Carlos Pedrosa, presidente do CCRJ, e Pedro Galvão, presidente do Conselho de Clubes de Criação, lerão um relatório sobre as decisões do Encontro de Presidentes de Clubes de Criação, que se realizará este fim de semana em Belo Horizonte. Pedrosa também tentará dar uma explicação sobre a participação dos mesmos presidentes no polêmico julgamento dos prêmios Profissionais do Ano 79.

ACVC-RJ
A Associação dos Contatos de Veículos de Comunicação do Rio de Janeiro também está convocando todos os contatos de veículos a se mobilizarem para as eleições da entidade, que se realizará das 14 às 20 horas do dia 22 de abril próximo, no Sindicato de Jornalistas do Rio.
As chapas concorrentes poderão se apresentar até o início da votação, no mesmo local. Da mesma forma que no Clube de Criação, bastará a apresentação de nomes para presidente e vice-presidente, além de seis nomes do Conselho Fiscal. Cabe a diretoria eleita a nomeação dos demais cargos.
Para estas eleições, uma chapa já se apresentou, indicada pelo Grupo de Trabalho que vem coordenando a ACVC-RJ. A chapa leva o nome de "Atuante", e se compõe de Adhemar Gonçalves (Rádio 18) para presidente, Antônio Farnezi (Ed. Abril) para vice-presidente, e Marco Antônio Sanseverino (Abril), Edson Oliveira (Pereira de Souza), Marco Antônio (TVS), Márcio (TV Globo), Marcos Arruda (Sima), e Otoni (Visão) para o Conselho Fiscal.

ABRP-RJ
Será no próximo dia 31 de março a eleição da nova diretoria da ABRP - Associação Brasileira de Relações Públicas, seção Rio, para a gestão 1980-82.
A nova ABRP-RJ representa os profissionais vindos das antigas regionai, carioca e fluminense, forçados a se unir após a fusão conturbada dos dois estados. Sua sede, porém, funcionará na cidade do Rio de Janeiro.
Nesta eleição, apenas uma chapa estará presente, encabeçada por Antomar Martins e Silva, e tendo como vice-presidente Carlos Silveira Ruas, Jorge Augusto Vidal e Wilson Pinho.
A votação iniciará às 14 horas. No Rio, a urna estará na Av. Rio Branco, 120, gr. 1101, e em Niterói na Rua da Conceição, 137, gr. 1001. Também haverá urnas nas delegacias da ABRP em Caxias, Macaé, Volta Redonda e Campos.
Entre as metas da futura diretoria, destaca-se a de intensificar o relacionamento da ABRP com a SECOM, em nível regional, assim como com os órgãos representativos da imprensa e da publicidade, como os Sindicatos dos Jornalistas e dos Publicitários, e ABI, ABP, ABAP etc.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

O Prefeito Israel Klabin confirmou à ABP sua presença no almoço de entrega dos Prêmios Comunicação 79, que se realizara na próxima terça-feira, no Rio Palace Hotel. Os convites, relembramos, podem ser reservados e adquiridos através dos seguintes telefones: 223-6244 e 223-8660 (D. Leila), 205-3948 (D. Adelina) e 286-6022 (D. Irene), todos no Rio. Em São Paulo, através do telefone 255-3111 (D. Maura).
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Não será surpresa para esta coluna se voltar a circular, com uma nova força, o jornal Luta Democrática.
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Por um provável erro de Imprensa, saiu na última Coluna do colega Genilson Gonzaga que a "Almap, Denison, DPZ, MPM, Norton e Salles/Inter ganharam a concorrência da Embratel", o que gerou uma série de telefonemas preocupados à Esquire/Oliveira Murgel, agência que tem a conta da empresa. Na verdade, aquelas agências venceram a concorrência da Embratur, Empresa Brasileira de Turismo. A Embratel continua firme nas mãos de Lindoval de Oliveira.
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O Sindicato de Publicitários de Brasília, presidido por Fernando Vasconcelos, está em franca atividade, tendo criado sete novas Comissões de Trabalho para cuidar dos interesses da classe.
E o Sindicato do Rio, caro presidente Murilo Coutinho, continua sem contar com a participação dos publicitários cariocas?
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No próximo dia 30, o Diário Popular, de São Paulo, estará publicando seu tradicional Caderno de Marketing que, além de uma extensa matéria sobre as premiações regionais e a premiação nacional do 13º Prêmio Colunistas, falará sobre o que foi a propaganda nos anos 70 e o que deverá ser nos 80.
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Trocas em criação: Carlos Studart, o premiado diretor de arte da Salles-Rio (lembram-se da campanha de 78 da Fenaseg, e o Anúncio do Ano Brasil de A a Z, da Sul América?) passou-se para a Denison, onde fará dupla com Paulo de Tarso, no lugar de Eduardo Corrêa, que foi para a DPZ fazer dupla com o redator Laurence Klinger. // - Também na Denison está o diretor de arte mineiro Humberto Borem (ex-Standard-BH), para duplar com Aldir Nunes. // Marcelo Martinez (ex-Lintas e Artplan, e vencedor do 3º Concurso Nacional de Cartazes) está agora na SGB.
(N.R. em 2014: Na edição da semana seguinte, a Janela retificou que o anúncio "Brasil de A a Z", na verdade, é do redator Bernardo Vilhena e do diretor de arte Delano D'Avila.)

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Já que falamos tanto na Denison, vale dizer que seu diretor de criação, Antônio Torres, verá seu trabalho literário "Essa Terra" virar filme, já que o roteiro nele baseado foi aprovado para financiamento pela Embrafilme.
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A Cica decidiu criar uma Central de Mídia, assim como já faz a Souza Cruz. E para gerenciar esta Central, contratou Jairo Chagas Rocha (ex­Monark, Swift, White Martins e Promo).
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Conforme publicamos semana passada, há um grande anunciante brasileiro (sediado no Rio) procurando dois profissionais de propaganda com urgência. Um deles (faixa salarial Cr$ 60 mil) precisa ter vivência em agência de propaganda, e o outro, (faixa de Cr$ 50 mil), experiência comprovada em mala direta. Os currículos dos interessados devem chegar a esta coluna lacrados, para que passemos às mãos do anunciante. Até o fim deste mês o contrato é assinado. Depois, para quem perdeu a chance não valerá reclamar.
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Uma boa para o pessoal de criação que volta e meia edita seus próprios livros e jornais: Damião Moraes, que trabalha com uma IBM Composer completa está oferecendo condições especiais para publicitários. Quem quiser, pode ligar para 256-0939, ou procurá-lo à Rua Barata Ribeiro, 396/808.
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Cinco filmes produzidos pela Jodaf foram premiados no 13º Prêmio Colunistas: "Genesis", criado pela Almap para a CNBB, e "Bonecas", criados pela Lintas para a ProMatre-Rio receberam, respectivamente, as Medalhas de Ouro e Prata de melhores filmes publicitários de mais de 30 segundos. E os outros três comerciais fizeram parte da Campanha de Lançamento dos cigarros Advance, criada pela Standard para a Souza Cruz, e que também recebeu Medalha de Ouro.