Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 12/OUT/1979
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

ABP e ESPM trazem para o Rio os filmes premiados da SAWA.

A ABP - Associação Brasileira de Propaganda e a ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing estarão promovendo, de 5 a 11 de novembro, com a colaboração da Rede Globo, a apresentação no Rio dos comerciais premiados no festival internacional SAWA, de Cannes.
As apresentações serão todas realizadas no Teatro Vanucci, e nos dias 5 a 10 (segunda a sexta) ocorrerão às 18:30 horas, sendo que sábado, 11, a apresentação será às 11 horas da manhã.
Os ingressos custarão 80 cruzeiros, podendo ser adquiridos, a partir da próxima semana, na ABP (Rua do Acre, 77/12º andar - tel.: 223-8660 e 223-6244), na ESPM (Praia de Botafogo, 210/11º andar - tel.: 266-0828) e nas agências Centro, Tijuca e Copacabana dos classificados de O Globo.
Toda a renda será em benefício da ABP e da ESPM.

Publicitários do Rio debatem a atuação da Comissão de Auto-Regulamentação.

Mais de 50 publicitários estiveram reunidos na última terça-feira, no auditório do prédio onde funciona o Clube de Criação do Rio, para debater as recentes proibições da Conar. Participaram da mesa Carlos Pedrosa, pelo CCRJ, Roberto Bahiense, pelo Grupo de Atendimento, Edinaldo de Jesus, pelo Grupo de Mídia, Carlos Sampaio, pela Associação de Fotógrafos Profissionais de Publicidade: Marcio Ehrlich, pela ABP - Associação Brasileira de Propaganda, além de Marcello Silva, da CBBA - uma das agências que tiveram anúncio repudiado publicamente pela Conar - e as sociólogas Carmem Silva e Leila Carvalho, representando os consumidores.
A dúvida maior, gerada durante o debate, foi conhecer as razões pelas quais a Conar não teria se comunicado previamente com as agências envolvidas, através de advertência, dando-lhe o direito de defesa garantido pelo Código de Auto-Regulamentação. Apesar disto, Marcello Silva, da CBBA, reafirmou a posição de sua agência em retirar de veiculação o anúncio criado para a Repro, e repudiado pela Conar, em respeito ao Código, do qual a agência foi uma de suas signatárias.
O debate não gerou, como era de se esperar, conclusões muito objetivas sobre parâmetros que a Conar deveria seguir na avaliação de trabalhos publicitários. Mas permitiu se verificar que a classe, em seu todo, é favorável à existência de um órgão auto-regulador para a publicidade, mas que é fundamental que este órgão, antes mesmo de definir aqueles parâmetros, não se afaste das próprias normas de funcionamento que o criaram.

Recessão de vendas.

O número de setembro do Boletim ABA reproduz um interessante estudo que a American Business Press fez, recentemente, sobre o comportamento das empresas norte-americanas em relação à publicidade, durante os anos de 74 e 75, auge da crise publicitária nos EUA.
Para o estudo, consideraram como ano base, para índice padrão, o de 1972, e levantaram quem não parou de anunciar naqueles dois anos, quem não anunciou em 1974, quem não anunciou em 1975, e quem não anunciou nos dois anos, comparando posteriormente com as vendas e lucros de 1977.
Pois bem. Quem anunciou todos os anos teve suas vendas ampliadas, de 1972 a 1977, de 150%. Quem não anunciou em 1974, cresceu apenas 93%, e quem não o fez em 1975 já ficou no crescimento de 85%. Finalmente, quem achou melhor recolher suas verbas naqueles dois anos, deve estar amargamente arrependido. Suas vendas cresceram, comparativamente, apenas 67%, ou seja, menos da metade de quem investiu normalmente em publicidade.
Estamos muito curiosos para ver um estudo destes, feito no Brasil dentro de alguns anos.

Câmara escura.

Mais dois projetos tramitam na Câmara prevendo restrições à Propaganda.
Um deles é o do Deputado Francisco Liberdoni (MDB-SC), proibindo a publicidade de bebidas de alto teor alcoólico em qualquer veículo de comunicação do território nacional. Na sua justificativa, o deputado aponta, entre outras coisas, que a indústria de bebidas, em vez de criar riquezas, gera pobreza cada vez mais acentuada com a Nação perdendo milhões de cruzeiros em consequência de falta do empregado ao trabalho, pela redução da capacidade produtiva deste trabalhador escravizado ao álcool.
O outro é do deputado Rosemburgo Romano (MDB-MG), em que se proíbe toda e qualquer propaganda de produtos farmacoquímicos através de radiodifusão da imprensa e do cinema.

Im-pressão estatal.

Quem acompanha os jornais de Brasília se deparou com uma grave denúncia apontada numa série de anúncios assinados pelo Sindicato das Indústrias Gráficas de Brasília, e produzidos pelo GBP ­ Grupo Brasileiro de Propaganda.
Inúmeras gráficas da iniciativa privada estão ameaçadas de falência, impossibilitadas de impedir a proliferação indiscriminada das gráficas estatais.
Numa cidade em que praticamente todo cliente é ligado ao estado, pode-se perceber o problema que a existência de gráficas estatais pode gerar.
Mas não é de surpreender isto acontecer em Brasília. Afinal, não foi de lá que saiu a existência do Secom, levando para o estado uma atividade de veiculação publicitária que era da iniciativa privada?

Boas promoções.

Cada vez mais as agências brasileiras se dedicam a trabalhos promocionais inteligentes para atingir seus clientes e prospects.
Editar folhetos bem cuidados sobre temas de interesse do empresário é uma das formas mais utilizadas.
A CBBA há pouco tempo lançou seu folheto "Publicidade e Recessão". A Publitec, logo após, editou uma série de depoimentos sobre a economia de guerra. Agora, é a vez da Caio, que surge com a série "Cadernos da Caio", estreando com um trabalho do Ministro Hélio Beltrão intitulado (como não poderia deixar de ser) "Desburocratizar e deselefantizar e desinfernizar" O artigo é interessante. Pena que não fale em como avaliar a burocracia na publicidade.

Extinto o reparte nas retransmissoras.

O Presidente João Figueiredo assinou esta semana um decreto dando nova redação ao artigo 20 do Regulamento dos Serviços Especiais de Repetição e de Retransmissão de Televisão.
Pelo decreto, a publicidade de estações retransmissoras deverá fazer parte integrante da programação publicitária gravada nos estúdios da estação geradora. Ou seja, fica extinto o reparte da programação publicitária para cidades que só disponham de estações repetidoras.
Esta decisão, segundo Luís Eduardo Borghett, vice-presidente da ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, foi tomada "buscando a preservação da mídia no interior, em que as televisões abriram mão de seu faturamento, como contribuição das rádios daquelas regiões."
Na verdade, o tiro dado em favor das rádios poderá acabar saindo pela culatra. Em tese, a proposta poderia ser boa, já que o anunciante local de médio porte estava preferindo inserir seus comerciais nos repartes da programação local da televisão a veicular nas emissoras de rádio de sua cidade.
Só que a proibição de se anunciar num veiculo que vende não leva necessariamente o comerciante a utilizar outro que vende menos. Além disto, a medida incentivará o surgimento de geradoras locais, como evolução das estações retransmissoras, e que, contando inclusive com a programação local obrigatória, chegará a níveis de audiência ainda maiores, aumentando bastante a concorrência com as rádios locais.

Fichário dos anunciantes cariocas - 18

WORTHINGTON TURBODYNE

Worthington Turbodyne Compressores e Turbinas Ltda.
Rua Teófilo Otoni, 82/16.° andar
Cep 20090 - Rio – RJ
Te!.: 233-4399
Presidente: Rubens S. Penteado
Diretor Comercial: Flávio S. Bauer
Gerentes de Produtos:
• Wlamir Morelli: responsável por turbinas.
• Wagner Veronesi: responsável por compressores industriais.
• Roberto Luiz Corrêa Netto: responsável por compressores de processo.
A Worthington Turbodyne é uma das maiores empresas fabricantes de compressores e turbinas a vapor no Brasil, tendo sido a primeira a fabricar compressores de ar neste país. Seu parque industrial esta localizado em Todos os Santos, no Rio, e em Campinas - SP.
Agências que atendem a Worthington:
Toda a propaganda institucional e de produtos da Worthington está a cargo da ITP Propaganda. A assessoria de comunicação social está com a Dinâmica de Comunicação.

  • Um levantamento da Janela Publicitária / TRIBUNA DA IMPRENSA.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming •

• O Sindicato dos Publicitários do Município do Rio de Janeiro está convocando seus associados para a Assembleia Geral que realizará em sua nova sede social, à Rua Assunção, 220, em Botafogo, no dia 15 próximo, às 19h30m, para tratar de revisão salarial e da autorização para assinar acordo salarial ou instalar dissídio coletivo.
• Carlos Ignácio Nasser, ex-Rádio Tupi de São Paulo, assumiu a gerência comercial da TV Tupi, no Rio.
• O almoço comemorativo do Dia dos Contatos (criado por Aroldo Araújo) já está confirmado para o dia 22 de outubro, na Churrascaria Gaúcha. As adesões poderão ser feitas com os coordenadores da Associação dos Contatos de Veículos, na sede da J. M. Ferreira, ao preço de 350 cruzeiros.
• A Luz Publicidade está comemorando seu oitavo aniversário inaugurando uma filial em São Paulo.
• Jeremy Hughes desligou-se do atendimento da J. W. Thompson.
• A Caio passou a ser juridicamente autônoma em São Paulo, com a denominação de Caio Domingues & Associados Publicidade de São Paulo Ltda. Na diretoria ficaram Caio Domingues, como presidente, José Monserrat como vice­presidente e diretor nacional de criação, José Carlos Pires na gerência da Caio-SP, Kleber Sá Rego na gerência da Caio-Rio, e Bill Norman na direção de planejamento.
• A MPM foi encarregada da promoção da Feira de Hannover, que ocorrerá em março, na Alemanha.
• A Foco, uma das maiores empresas brasileiras de promoção de negócios, acaba de reestruturar sua diretoria, passando a contar com o ex-diretor do Setor de Promoção Comercial do Itamarati, em Miami e especialista em marketing internacional Augusto Podestá Baldoni na Direção de Promoções Internacionais, e com José Carlos Costa Pereira, ex-secretário de Turismo do Rio de Janeiro, na gestão Marcos Tamoyo, como diretor de Eventos Nacionais.
• Aluízio de Freitas, ex-diretor da Grafic e GPP, é o mais novo integrante da diretoria da Comunic - Comunicadores Associados.
• Hoje, às 11h30m, a coordenação do CIBAM estará dando uma coletiva à imprensa carioca, na sede da Esquire. Estarão presentes dirigentes da ABAP, ABP, APP etc.
• Falando em Cibam, os grupos profissionais receberam a incumbência de cuidar de um espaço diário no Congresso, onde serão discutidos problemas ligados ao desenvolvimento técnico-profissional nos países Íbero-americanos.
• A Propeg realizará no próximo dia 17, no Rio, a terceira prévia trimestral de seu Prêmio de Criatividade. No júri, os colunistas Albuquerque Pereira (Recife), Carlos Verçosa (Salvador) e Antônio Caldas (Rio) sob a presidência de Carlos Pedrosa, do CCRJ.
• A Wella fará seu calendário de 1980 com trabalhos especialmente encomendados ao artista plástico Sami Mattar.
• Começa segunda-feira, às 18h3Om, no auditório de O Globo, o Ciclo de Lanternas Mágicas de David Ogilvy, promovido pela ABP. O tema da primeira apresentação é "Como lançar novos produtos".
Correspondências para a Janela: Rua Barão de Itambi, 7/605 ­ CEP 22231 - Rio-RJ - Telefones: 226-0638 e 286-4876.

CARTA ABERTA À CONAR.

"O Conselho Nacional dos Clubes de Criação manifestam sua preocupação diante das recentes decisões da Conar - Comissão Nacional de Auto-Regulamentação Publicitaria, que implicaram na suspensão da veiculação de anúncios da Repro, da Vodca Eristow e do filme dos mocassins Yank e na divulgação destas decisões.
Preocupa-nos o fato de que as decisões foram tomadas arbitrariamente, numa clara violação das normas do próprio Código de Ética e de Auto-Regulamentação que a Conar deveria ser a primeira a respeitar. Ao invés de, em primeiro lugar, advertir, e depois recomendar a alteração ou correção das peças, de acordo com o escalonamento previsto no Artigo 62 do Código, a Conar impôs logo a sansão mais pesada, sustando a veiculação e fazendo a "divulgação pública" de sua posição. Em segundo lugar, ela não deu às agências envolvidas o amplo direito de defesa que o Artigo 60 ao Código assegura.
Ao nosso ver, agindo assim, a Conar exorbitou de suas funções como órgão fiscalizador da aplicação do Código, passando a agir como verdadeiro departamento de censura.
Depois de todos os anos de luta que este pais vem mantendo contra a censura e a liberdade de criar e de pensar, e depois da manifestação da classe publicitária pela volta ao estado de direito no 3° Congresso Brasileiro de Propaganda, não podemos cruzar os braços diante de um comportamento tão nocivo à nossa atividade.
Queremos deixar bem claro que julgamos a Conar uma entidade necessária. Achamos importante que ela seja apoiada, prestigiada e respeitada por todos, não só pelos publicitários. E ela terá respeito, prestígio e apoio se agir sempre democraticamente, e se, democraticamente, obedecer às normas do nosso Código, respeitando-o para torná-lo respeitado. E se nela estiverem, democraticamente representados, todos os setores da comunidade publicitária, entre os quais se incluem os profissionais de mídia, atendimento e criação.

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1979.

CONSELHO NACIONAL DOS CLUBES DE CRIAÇÃO.


N.R.:Esta carta aberta foi publicada, a pedidos, na edição impressa da Tribuna da Imprensa, na mesma página da Janela Publicitária.