Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 07/JUL/1978
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Direção de arte: salva-se quem puder!

- O diretor de arte corre o perigo de se tornar, no futuro, um simples paginador de anúncios.
A afirmação é de Inocêncio Pérez, diretor de arte da J.W.Thompson, que desde o 1º Encontro Nacional de Criação Publicitária vem denunciando os problemas que poderá acarretar, para o futuro da publicidade brasileira, a ausência de escolas ou faculdades habilitadas para formar diretores de arte no Brasil.
Esta questão, inclusive, vem ao encontro de duas das mais frequentes queixas do meio publicitário. A primeira, partindo dos diretores de agências, que reclamam de cada vez se tornar mais difícil se conseguir diretores de arte plenamente capazes, de acordo com a demanda do mercado. E a segunda, vinha dos próprios diretores de arte, que se ressentem das dificuldades de conseguirem uma maior valorização profissional (e portanto, de nível salarial) e de sua classe.
Inocêncio Pérez comenta que, lamentavelmente, a formação do diretor de arte se dá pelo processo de “começar por baixo”, ou seja, trabalhando como ilustrador, paste-up, ou até na produção gráfica das agências. E este método se torna prejudicial para a Propaganda pelo total distanciamento em que deixa estes novos profissionais das necessidades do mercado:
- O que ocorre, na verdade, é que a maioria dos formados em comunicação vai trabalhar em redação, e não em arte. E apesar das falhas técnicas dos currículos das faculdades, estes novos redatores saem com uma formação de nível superior, conhecendo bases científicas de comunicação, por exemplo. Eu me pergunto se, na hora da dupla de criação trabalhar, o jovem diretor de arte, que começou “colando anúncios”, não se sentirá inferiorizado, em relação a seu parceiro de nível cultural mais avançado?
João Galhardo Jr., diretor de arte da SGB, acredita que a melhor formação para os profissionais de sua área é dentro das próprias pessoas:
- A maioria dos ilustradores, paste-ups e produtores não se interessa nem um pouco em saber mais sobre seu campo. E quem não lê sequer um anuário de propaganda, ou não sabe o que está acontecendo na Europa em termos de arte, nem procura compreender o que faz o redator, só trabalhará mecanicamente, vindo a ser apenas um bom assistente pelo resto da vida, nunca um bom diretor de arte.
Inocêncio Pérez lembra que, hoje, a Propaganda exige de um diretor de arte mais que ser um bom profissional, mas também um bom homem de propaganda em geral – um pouco de redator, de pesquisa etc. O diretor de arte precisa assumir sua função de chefia, influenciando com seu talento o trabalho de assistentes, ilustradores, fotógrafos, produtores e outros profissionais da área.
Para João Galhardo, assim como a gênese do problema, a solução também está naquelas pessoas que hoje estão “começando por baixo”.
- É como no meu caso. Eu sempre procurei me manter atualizado, discutir os textos dos redatores que eu via trabalhar, e também gastava quase todo o meu dinheiro em revistas importadas. Além disso, procurei trabalhar sempre com bons diretores de arte, para aprender o que eles poderiam me ensinar.
Paralelamente, é importante que as faculdades se preparem para orientar os futuros profissionais da Propaganda. Como sugere Inocêncio, as entidades na classe, e mesmo os Clubes de Criação, já deveriam pressionar os organismos competentes para a implantação urgente de um currículo de direção de arte nas escolas de comunicação.
Como sugestão da “Janela”, completamos que estas entidades também fiscalizassem, depois, se estes cursos estariam sendo dados por profissionais realmente gabaritados, ou (como já ocorre comumente) por pessoas saídas de outras áreas da publicidade.

Propeg compra agência em SP.

A GFM/Propeg absorveu esta semana a Nossa Agência, agência fundada no ano passado, e dirigida por André Luiz Gonçalves (ex-Publisian), Edgard Soares e Laurindo Chinellato.
Pelo acordo firmado, a Nossa Agência é desativada, e André Luís Gonçalves e Edgard Soares passam a fazer parte da Diretoria da Propeg, respondendo, respectivamente, pelas áreas de criação de São Paulo, e Planejamento nacional. Laurindo Chinellato atuará como Executivo de Atendimento. A Propeg também leva todo o pessoal restante da Nossa Agência, e as 12 contas que esta última atendia.
A previsão de faturamento da unidade de São Paulo da GFM/Propeg para 1978, após a absorção da Nossa Agência, é de 70 milhões de cruzeiros. Toda a GFM/Propeg (incluindo Salvador, Recife, Rio e Brasília) é de 200 milhões. Durante o período em que atuou, a Nossa Agência manteve uma média de 3 milhões mensais de faturamento.

Correção

Três dados foram publicados erroneamente nos resultados da prévia semestral da Seleção da Janela. Devido a informações truncadas da agência, creditamos a Laerthe Pedroza três estrelas pelo anúncio “O abraço do Jacaré”, que teve a participação de Fábio Siqueira. Desta forma, Fábio passa a ter 7 estrelas e Laerthe ainda o excelente número de 6 estrelas. Da mesma maneira, Luís Fernando Favilla, atualmente na L&M, recebeu 5 estrelas, e não 3 por seus trabalhos na Jotaé.
Esta semana, com o aniversário deste colunista tendo ocorrido na terça-feira, não foi possível a realização do julgamento da Seleção da Janela. Na próxima semana, sem falta, apresentaremos os resultados das duas últimas semanas.

Atenção, leitores!

Por favor, lembrem-se que esta coluna fecha quinta ao meio dia. Avisem isso aos seus relações públicas, chefes de divulgação ou semelhantes. E que o endereço de envios é o da Rua Barão de Itambi 7/605. Flamengo. CEP 20000 – Rio. Ou pelo telefone 286–4876.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Novas contratações na ALMAP – Rio; para o setor de atendimento: Antônio Carlos Beluchi (ex-Salles), para atender à Reynolds; e Gilson Loureiro (ex-SGB) e Neil Hamilton (ex-Esquire), para cuidarem do CBPE. Falando em ALMAP e CBPE, não é verdade que a agência pretendesse atender a conta em São Paulo. Tanto que as contratações estão em andamento. E podemos garantir que, no momento, vale a pena o pessoal de todas as áreas darem um toque para o Antônio Carlos Gonçalves.
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A Redinger & JG, dentro de seu trabalho de estúdio, acaba de realizar um audiovisual para o BNH.
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Semana que vem, a coluna comemorativa do 1º aniversário da Janela. Aproveitamos agora para agradecer, de todo o coração, a todas as manifestações de carinho que estamos recebendo.
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Ainda dá tempo para você também mandar os seus funcionários se inscreverem nos novos e excelentes cursos que a ESPM inicia na próxima semana: Merchandising e Promoção de Vendas, com os conhecidos João de Simone e João Faria de Lemos; e Liberação do potencial criativo, dado por Jayme Kahan, instrutor do afamado Creative Foundation, de Buffalo.
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A agência de Franzé e Sérgio Dourado assumiu definitivamente o nome de Pubblicità e já está assinando seus anúncios.
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A Caio Domingues, de São Paulo, comunica seus novos telefones: 852-4150 e 64-9685.
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Caio Aurélio Domingues, diretor presidente da CD&A, acaba de ser escolhido para fazer parte do “Latin American Advisory Council” do “Adversiting Age”.
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O redator Jorge Gomide passa da Labor para a L&M, ocupando a vaga de Paulo Azeredo, que já assumiu na Esquire.
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O Sindicato das Empresas de Publicidade Comercial de São Paulo está realizando uma pesquisa junto às agências e associações de propaganda do país, bem como às prefeituras dos 500 maiores municípios do Brasil, para delinear o quadro real da publicidade brasileira.
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Muito simpática à recepção que a SGB ofereceu aos clientes e colunistas para receber Cecília Silveira e os dois Clios que a agência conquistou este ano.
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A partir de janeiro, a Salles começa a construir sua nova sede no Rio, à Rua Pinheiro Guimarães, com uma área de 11.600m2, e nada menos que 5 andares, fora os 3 de garagem. Aliás, neste primeiro semestre, o faturamento da agência chegou a 390.536.229,00 cruzeiros, com a previsão de chegar a 800 milhões até o fim do ano.
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310 mil cruzeiros é o que a ABP já pagou de dívidas, neste 1º anos da gestão de Paulo Lavrille de Carvalho.
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A ABA – Associação Brasileira de Anunciantes está se mudando para o 6º andar do mesmo prédio. Agora, o endereço da ABA é Av. Paulista, 352, conjs. 61 e 62, São Paulo.
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O Grupo de Mídia do Rio está convocando todos os profissionais do setor (sócios ou não do Grupo) para comparecerem à reunião do dia 11 de julho, às 9 horas, na Escola Superior de Propaganda e Marketing.
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A revista Iris, especializada em assuntos de fotografia, foi reformulada e já está sendo distribuída em bancas. A editora é Suzana de Azevedo Marques. A revista agora é colorida e seu representante no Rio é a Ágora.
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Aproveitamos para fazer um elogio ao trabalho (praticamente anônimo) de Nelson Salles, diretor de criação da Salles – Rio (apesar do nome, não é da família). Ele foi o responsável pelo crescimento da criação desta agência aqui no Rio, a ponto dela ter sido quem mais faturou estrelas até agora na Seleção da Janela.
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Cada vez melhor o “Informativo de mídia” da McCann Erickson, agora acrescido do folheto “Flashes Econômicos”. É um exemplo que deveria ser seguido por outras agências.
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Realiza-se, de 23 a 28 de julho, na Fundação Getúlio Vargas, o IV Congresso Brasileiro de Ensino e Pesquisa da Comunicação. Inscrições na FGV.
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Na JMM, Xisto Bahia assume a direção de criação, enquanto Giu Ferreira entra para a área de novos negócios. E como novo cliente a JMM tem a Couromoda Feiras e Empreendimentos, do Rio Grande do Sul.
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O fotógrafo João Ricardo Moderno abriu seu estúdio, com o nome de “Stúdio 13”, à Rua Siqueira Campos, 143/sl, 61. Copacabana.
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A Johnson & Johnson está lançando três novos produtos no mercado, todos atendidos pela Lintas: Protegy (Sabonete Antisséptico), Isentha (Pó micronizado antisséptico) e Topyc (creme protetor da pele). Não parecem nome de personagens de tragédia de Shakespeare?
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Dois patrocínios de esporte: A Companhia Internacional de Seguros realizando a 1ª Copa Internacional de Seguros – Campeonato Paulista de Quadra Rápida, na área do tênis (o convite, aliás, é sensacional: uma mini raquete de papel de 18 cm); e a Pepsi patrocinando a 1ª Rio Hockey Cup. Prova que não se deve investir só em futebol, a última Copa já deu. Agora vai ter o CBPE que fazer as pessoas esquecerem que a caderneta é tão boa quanto a Seleção. Aliás, até que não precisam. Afinal, caderneta é um investimento bem seguro, e seu dinheiro sai invicto, até com algumas vitórias. Só que na contagem final, qualquer investidor sabe que pra ganhar mesmo, ele é tem que jogar o dinheiro em outros times.
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Desde o dia 3, a Mendes Publicidade, de Belém do Pará, está de endereço novo, numa casa à Rua Benjamin Constant, 1673, no bairro de Batista Campos, naquela mesma cidade. Os telefones continuam os mesmos, mas agora a Mendes conta com um telex, cujo número é (091) 1525.
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Leonardo Laginestra assumiu a coordenação de Relações Públicas da Salles Rio, substituindo José Lago, que deixa a agência após anos de ótimo trabalho. Leonardo, até o momento, tinha sob sua responsabilidade apenas as contas da Sul América e da Companhia Comércio e Navegação.
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Wagner Teixeira está incrementando no meio publicitário sua campanha pela deputança federal, pelo MDB.