Cinco anos depois de a Justiça brasileira condenar à cadeia os publicitários Cristiano Paz e Ramon Hollerbach — além do lobista Marcos Valério — acusados de crimes relacionados a políticos, o juiz Sérgio Moro condenou, esta quinta-feira, 02 de fevereiro, o publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, dentro dos processos da Lava-Jato, a oito anos e quatro meses de prisão por terem recebido do lobista da Keppel Fels valores provenientes de US$ 4,5 milhões de propina da Petrobras, por indicação do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, para quitar dívidas que o partido tinha com eles pelas campanhas do ex-presidentes Lula e Dilma.
Em sua sentença, Moro escreveu “Condeno João Cerqueira de Santana Filho por nove crimes de lavagem de dinheiro do art. 1º, caput, da Lei n.º 9.613/1998, pelo recebimento de produto de crime de corrupção, mediante condutas de ocultação e dissimulação que lhe conferiram aparência lícita”.
Ainda na sentença, Moro deu um puxão de orelha na classe: “Está na hora de profissionais do marketing eleitoral assumirem a sua parcela de responsabilidade por aceitarem receber dinheiro não-registrado e de origem e causa criminosa em campanhas eleitorais”.
Santana e sua mulher já haviam ficado na prisão, preventivamente, por cinco meses. Eles deixaram a Superintendência da Polícia Federal de Curitiba em 1º de agosto de 2016, após pagarem fiança no valor de R$ 31,4 milhões.